"- [...] Claro, falar de um modo tímido, respeitoso e apaixonado; dizer que estou morrendo sozinho, que ela não me rechace, que não há maneira de conhecer qualquer mulher que seja, sugerir-lhe que é até mesmo um homem tão desgraçado como eu. Enfim, tudo o que peço é tão-somente que me diga uma ou duas palavras fraternas, com simpatia, sem me repelir logo no primeiro passo, que acredite em minhas palavras, que ouça o que vou dizer, que ria de mim se quiser, mas que me dê esperança, que me diga duas palavras, só duas palavras, mesmo que nunca mais nos encontremos!... Mas a senhorita está rindo... Aliás, não é para menos...
- Não se zangue, estou rindo porque o senhor é seu próprio inimigo."
- Não se zangue, estou rindo porque o senhor é seu próprio inimigo."
Fiódor Dostoiévski, em Noites Brancas, logo após Sonhador ter encontrado nos olhos de Nástienka a infelicidade disfarçada de amor.
