07 novembro 2009

# 3

Deitar, fechar os olhos para ver seu interior em busca de alguma resposta e apenas encontrar o vazio significa não conhecer a si próprio. Conhecer a si é o básico; se tu não sabes o que és, seja falsa e ou verdadeiramente, não saberás o que a vida tem de pior a ceder.

Simplificando de forma errônea, vê-se que a vida é dividida em dois extremos, ambos dos quais são assaz ruins de encontrarmos, pois um é tão perverso quanto o outro. Por isso que para tudo nesse fracasso denominado vida há o equilíbrio.

Alguns mortais encaram a vida sorrindo demasiadamente - e estes a levam como uma brincadeira, tornando-os palhaços de seu próprio circo solitário e moribundo -, outros chorando ridiculamente – levando suas respectivas existências dignas de uma exaustão massiva. Há também aqueles que são cruéis por natureza - tão cruéis que o ponto culminante de sua história é aquele em que há o de pior reservado -, e outros que são bons e tolos - aqui percebe-se o quanto estes sofrem de maneira abusiva no decorrer da trama apenas para reservar um curto espaço de felicidade, aquele momento em que, no leito da morte, fechará os olhos e terá uma simples ilusão de um deus estendendo sua mão e o acolhendo para um paraíso. Há os que amam e são amados – e acabam tornando-se escravos de um sentimento que, assim como qualquer outra coisa, irá sucumbir à persistência do doloroso final, pois tudo nessa vida tende a abortar-se -, e há, também, pessoas que apenas odeiam e são objetos do ódio, não possuindo o amor a si próprio, fazendo de sua existência uma batalha interminável e que, mesmo reconhecendo a inevitável derrota, fará a desgraça abatê-lo aos poucos, consumindo-o segundo por segundo, lágrima por lágrima, suspiro por suspiro.

Muitos neste mundo se encontram amando, e por isso tornei-me mais uma parte do equilíbrio.

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